Cada Ironman tem sua história, porém esse Ironman de 2012 teve uma bem diferente.
Resolvi dividir a historia em 2 partes pois se nao o post iria ficar gigante..
Treinos:
Desde o começo dos treinos para essa prova tinha como objetivo principal tentar a conquista da vaga para o Mundial no Hawaii, em segundo melhorar meu tempo independente de colocação...
Pois bem, comecei os treinamentos desde o começo do ano focando nesses objetivos, tentei ao Maximo me empenhar nos treinos e não perder nenhum.
Durante esses 5 meses de treinamento específicos para essa prova, passei por tudo , feliz com alguns treinos, triste com o desempenho de outros treinos, cheguei a me sentir forte e fraco, em alguns momentos cansado e preocupado, mas acho que isso todos sentimos quando treinamos para uma prova desse tipo em busca de alta performance.
Acho que é normal para o atleta que quer chegar na ponta se cobrar nos treinos e por isso chegar ao ponto de ter um stress mental por causa disso.
Esse ano cheguei a uma crise de stress e confesso que ate chorei por não ter conseguido fazer um treino por estar cansado e sem cabeça. Coisa de stress mesmo, tanto é que no outro dia fiz o treino e ate melhor do que teria feito.
Passado a fase de treinos mais longos e fortes (pico da periodização) estava chegando a hora dos treinos mais leves (3 semanas antes) para começar a se “poupar” para a prova e ai passa o stress diminui a cobrança e os treinos ficam ate mais agradáveis...
Ai acontece um imprevisto e o que seria “inacreditável”
Acidente (3 semanas antes da prova):
Fui atropelado por um motoboy na Marginal (eu estava de bike) e cai no chão quebrando a clavícula e 1 costela.
Pronto.. tudo acabado , o sonho, os treinos, tudo que abdiquei etc...
Perdi o chão a cabeça, a vontade de fazer qualquer coisa, chorei , chinguei , fiquei puto, tive depressão e tudo que se pode imaginar de ruim.
Mas desde o início ainda não tinha desistido de fazer a prova (não sabia como mas não desisti).
Já no segundo dia estava encima do rolo fazendo treino de bike imobilizado, cheguei a fazer 4 horas de rolo + 30 min subindo escadas do meu prédio, para não perder condicionamento.
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Com 3 horas de rolo minha mae tirou essa foto |
Toda semana ia no medico tirar um raio-x para ver se os fragmentos quebrados não estavam se movendo. Na segunda semana o medico sugeriu ate operar pois os fragmentos tinham desviadoum pouco, mas se tivesse operado nao teria como fazer a prova, então pedi para continuar com a imobilização ate chegar a prova. Foi quando ele apertou a imobilização para nao mexer.
Foram 3 semanas de pura loucura, onde só tenho agradecer minha mãe nessa fase, por ter me aguentado, me apoiado e sempre fazendo curativos, pois a tipoia acabou com meu braço, poque eu nao parava e ela apertava muito.
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Meu braço depois do treino |
Na primeira semana como já havia comentado só consegui fazer treinos de rolo e escada no meu prédio.
Na segunda semana fazia rolo pela manha e Transport no meu clube Paulistano.
Corri apenas 1 semana antes da prova com e sem a tipoia na esteira e depois na rua e fui no medico para ver se algo tinha mudado.
Como a posição estava mantida, resolvi partir para o teste final entao “nadei” 4 dias antes da prova e como prometido voltei ao medico no dia que ia viajar para floripa para ver a situação.
Segundo o raio-x os fragmentos continuavam sem desvio porem sem nenhum tipo de consolidação óssea, apenas uma fibrose que estava segurando a posição.
O medico me orientou sobre opõe poderia acontecer e que se eu fosse fazer a prova não seria nada aconselhável.
Tomei a decisão de fazer a prova e faze-la da melhora maneira possível independente de tempo e classificação com o único objetivo de terminar. Viajei para floripa na quinta. Sexta feira nadei 20 min com a roupa de borracha que me deu uma certa estabilidade, foi ai que tive certeza que iria largar....
O que dizer....só boa sortte no HAWAIIIIII!!!
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