sexta-feira, 1 de junho de 2012

Ironman 2012 (parte 1)

Cada Ironman tem sua história, porém esse Ironman de 2012 teve uma bem diferente.

Resolvi dividir a historia em 2 partes pois se nao o post iria ficar gigante..

                           Treinos:


Desde o começo dos treinos para essa prova tinha como objetivo principal tentar a conquista da vaga para o Mundial no Hawaii, em segundo melhorar meu tempo independente de colocação...

Pois bem, comecei os treinamentos desde o começo do ano focando nesses objetivos, tentei ao Maximo me empenhar nos treinos e não perder nenhum.

Durante esses 5 meses de treinamento específicos para essa prova, passei por tudo , feliz com alguns treinos, triste com o desempenho de outros treinos, cheguei a me sentir forte e fraco, em alguns momentos cansado e preocupado, mas acho que isso todos sentimos quando treinamos para uma prova desse tipo em busca de alta performance.

Acho que é normal para o atleta que quer chegar na ponta se cobrar nos treinos e por isso chegar ao ponto de ter um stress mental por causa disso.

Esse ano cheguei a uma crise de stress e confesso que ate chorei por não ter conseguido fazer um treino por estar cansado e sem cabeça. Coisa de stress mesmo, tanto é que no outro dia fiz o treino e ate melhor do que teria feito.

Passado a fase de treinos mais longos e fortes (pico da periodização) estava chegando a hora dos treinos mais leves (3 semanas antes) para começar a se “poupar” para a prova e ai passa o stress diminui a cobrança e os treinos ficam ate mais agradáveis...

Ai acontece um imprevisto e o que seria “inacreditável”

      Acidente (3 semanas antes da prova):

Fui atropelado por um motoboy na Marginal (eu estava de bike) e cai no chão quebrando a clavícula e 1 costela.

Pronto.. tudo acabado , o sonho, os treinos, tudo que abdiquei etc...

Perdi o chão a cabeça, a vontade de fazer qualquer coisa, chorei , chinguei , fiquei puto, tive depressão e tudo que se pode imaginar de ruim.

Mas desde o início ainda não tinha desistido de fazer a prova (não sabia como mas não desisti).

Já no segundo dia estava encima do rolo fazendo treino de bike imobilizado, cheguei a fazer 4 horas de rolo + 30 min subindo escadas do meu prédio, para não perder condicionamento.


Com 3 horas de rolo minha mae tirou essa foto

Toda semana ia no medico tirar um raio-x para ver se os fragmentos quebrados não estavam se movendo. Na segunda semana o medico sugeriu ate operar pois os fragmentos tinham desviadoum pouco, mas se tivesse operado nao teria como fazer a prova, então pedi para continuar com a imobilização ate chegar a prova. Foi quando ele apertou a imobilização para nao mexer.

Foram 3 semanas de pura loucura, onde só tenho agradecer minha mãe nessa fase, por ter me aguentado, me apoiado e sempre fazendo curativos, pois a tipoia acabou com meu braço, poque eu nao parava e ela apertava muito.


Meu braço depois do treino

Na primeira semana como já havia comentado só consegui fazer treinos de rolo e escada no meu prédio.

Na segunda semana fazia rolo pela manha e Transport no meu clube Paulistano.

Corri apenas 1 semana antes da prova com e sem a tipoia na esteira e depois na rua e fui no medico para ver se algo tinha mudado.

Como a posição estava mantida, resolvi partir para o teste final entao “nadei”  4 dias antes da prova e como prometido voltei ao medico  no dia que ia viajar para floripa para ver  a situação. 

Segundo o raio-x os fragmentos continuavam sem desvio porem sem nenhum tipo de consolidação óssea, apenas uma fibrose que estava segurando a posição.

O medico me orientou sobre opõe poderia acontecer e que se eu fosse fazer a prova não seria nada aconselhável.

Tomei a decisão de fazer a prova e faze-la da melhora maneira possível independente de tempo e classificação com o único objetivo de terminar. Viajei para floripa na quinta. Sexta feira nadei 20 min com a roupa de borracha que me deu uma certa estabilidade, foi ai que tive certeza que iria largar....

Um comentário: